A Arábia Saudita sempre manteve as portas completamente fechadas ao turismo convencional, embora receba de braços abertos os muçulmanos que cumprem o dever da peregrinação a Meca. A situação está mudando aos poucos no berço do islamismo. O reino quer expor seus tesouros naturais e históricos a visitantes estrangeiros para diversificar a economia, até agora quase que inteiramente atrelada à venda de petróleo. A peregrinação à cidade sagrada de Meca e a visita a Medina, que a cada ano atraem 2 milhões de fiéis, deixariam assim de ser a única forma de turismo existente no paÃs. Desde o ano passado o governo saudita vem, de maneira discreta, concedendo vistos em conta-gotas a uns poucos afortunados da Europa, dos Estados Unidos e do Japão. Estima-se que 1.000 pessoas tenham visitado a Arábia Saudita como turistas em 1999, sempre em pequenos grupos organizados por agências escolhidas a dedo. Entre elas, as americanas Smithsonian Study Tours (www.si.edu/tsa/sst) e a Lindblad Expeditions (www.expeditions.com). O preço de uma viagem de duas semanas é de cerca de 7.000 dólares, incluindo refeições e passagens aéreas.
O acesso à s cidades sagradas continua restrito aos seguidores do Corão, mas os sauditas permitem aos turistas passeios a lugares magnÃficos e pouco explorados. SÃtios arqueológicos do perÃodo pré-islâmico, cidades parcialmente enterradas pelas areias do Deserto de Rub'al Khali, antigos fortes otomanos, fontes de águas termais, mergulhos no Mar Vermelho e visitas aos mercados de ouro, tecidos e produtos tÃpicos são algumas das atrações do reino. O que atrapalha o turismo são as severas leis islâmicas, que podem colocar em apuros um estrangeiro desavisado. Não há cinemas nem teatros no paÃs – considerados imorais – , e o consumo de álcool é terminantemente proibido. As mulheres não podem dirigir carros e devem sempre andar acompanhadas de homens. Nos lugares públicos elas usam véus e abayas, aquelas pesadas túnicas pretas que lhes cobrem até os pés. Quem desobedece a alguma das regras de comportamento, mesmo sendo turista ou diplomata, corre o risco de enfrentar a polÃcia da moralidade, que pode chegar a agredir o transgressor.
Mesmo com todas as restrições, visitar a Arábia Saudita é o sonho de muita gente. As excursões até agora organizadas pelas agências americanas autorizadas saem lotadas. No Brasil, a Embaixada da Arábia Saudita aguarda apenas o recebimento de instruções da recém-criada Suprema Comissão de Turismo – órgão que responde diretamente ao Conselho de Ministros da Arábia Saudita – para conceder os primeiros vistos a grupos de turistas brasileiros.
A lÃngua oficial é a Ãrabe,sendo o Inglês a segunda lÃngua mais falada.